domingo, 18 de outubro de 2009

Quando olho para mim não me percebo
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, esta tequila que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade, sinto o que sinto.
Eu serei tal pareço em mim ?
Serei tal qual me julgo verdadeiramente ?
mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009



P
or isso que o mundo não vai pra frente, cafetão que sente ciume, puta que se apaixona e traficante que se vicia.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009





-aqui é onde eu escondo meu poder

- aqui é onde eu fico livre
- aqui é onde eu tomo controle

- e lentamente sufoco suas fantasias

quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Recordarei seu primeiro beijo Para sempre...Para sempre Você é minha estrela brilhando, Para sempre, juntos Devem ter te mandado do céu e eu sinto que nós somos assim: você em mim Eu ando no deserto para estar com você Eu nado o oceano para te encontrar Eu quero amá-lo para sempre ...até o fim do tempo (Querer voar com você) Eu escalo a montanha, você me liberta, livre no vale, você me projeta e eu quero permanecer com você toda minha vida ... junto (Quero morrer para você) Você vem lavar a chuva Para sempre Para sempre Você está indo secar meus ferimentos...minha dor Para sempre Juntos Devem ter te mandado do céu e eu sinto que nós somos assim: você em mim

sexta-feira, 4 de setembro de 2009



P
ára! Porque insistes
em ouvir quem não te quer falar?
Pára de fazer figuras tristes!
Pára!, deixa em paz quem nunca se vai ver no teu lugar.
Que mania você tem de nos pôr todos a pensar
como se nos preocupássemos uns com os outros!

terça-feira, 18 de agosto de 2009


E
u sou aquele que vive intensamente a vida sem medo de ser feliz, sou aquilo que muitos tentam ser e não tem coragem, gosto de ousar, admiro pessoas que possuem personalidade e não vivo para superar expectativas de ninguém.

Busco a felicidade como qualquer pessoa, mas ao contrário de muitos que também a buscam eu corro atrás dela, pois a felicidade não cai do céu.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009



O
amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina. O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos. Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina. O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água. O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome. O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel. O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso. O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

quarta-feira, 1 de julho de 2009



V
ire-se e eu lhe mostrarei algo
Vire-se e você verá A vida é como uma rotatória, um tipo de lsd Vire-se e tenha fé em todas as mudanças Vire-se e você setirá Mais nenhum tempo de solidão Você é uma parte de mim

quinta-feira, 25 de junho de 2009


Quando fui, quando éramos intactos Projectos imaturos Fomos modernos Nos couberam ternos, gravatas e moldura Cultura e inferno. Fossemos eternos quando era primeiro Primeiro e certeiro amor Era indolor querer tudo Íamos na vida cada fome a cada fama. Nos couberam ternos, gravatas e moldura Cultura e inferno Quando foi quando éramos intactos Projectos imaturos Fomos modernos. E a grama era verde O nosso vale e os nossos 1000 metros de medo Intactos, projectos imaturos e modernos Cultura e inferno Fossemos eternos Gravatas e moldura, ternos Que nos couberam. Fossemos eternos quando era primeiro Primeiro e certeiro amor Era indolor querer tudo Íamos na vida cada fome a cada fama.

quarta-feira, 29 de abril de 2009



Pensando bem
Em tudo o que a gente vê, vivencia, ouve e pensa... Não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar É, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho, Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas. Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça Fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar alguns dias sem te procurar Que é pra na hora que vocês se encontrarem A entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada é, na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa Essa pessoa vai te fazer chorar Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas Essa pessoa vai tirar seu sono Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível Essa pessoa talvez te magoe E depois te enche de mimos fazendo vocês esquecerem o que passou Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado Mas vai estar 100% dentro do seu coração E também vai estar o tempo todo pensando em você. Todo mundo um dia tem que ter uma pessoa errada Porque a vida não é certa. Nada aqui é certo. O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,querendo,conseguindo E só assim é possível chegar àquele momento do dia Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo" Quando na verdade tudo o que ele quer É que a gente encontre a pessoa errada Pra que as coisas comecem realmente a funcionar direito pra gente...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009



F
ogo enche minhas veias enquanto
eu proclamo minha resistência
para os parasitas que trocam de mente
que se alimentam da minha existência.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A esplêndida imagem no decorrer do dia, a mancha borrada ao escurecer. Não, não vou agora. Tenho lembranças e histórias, ambas de forma equilibridada. E tantas promessas a cumprir.
Eu não sei quase nada sobre o mar, muito menos do céu infinito. Uma noite rara, talvez, ao menos, poucas coisas. Quem dera a mim ter um vialão de guerra, e tocar a mais belas notas, mas além da minha cabeça, só tem o céu.
A constante dos inconstantes, despresível dos admiráveis, o sorriso mais belo daquele choro, a lágrima mais triste daquele sorriso. O abraço apertado sobrando espaço, a meia verdade em meio a meias mentiras, a forma de poder e a forma de morrer por nada. O fascínio fascinante, que não fascina a nada. A lucidez no mais profundo delírio, e aquele delírio em meio a lucidez absoluta.
E as vezes ainda, esqueço tudo o que eu fiz.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009



J
á servi da taça de todos os prazeres,e ingeri de todo cálice da fama,e bebo para que as pessoas se tornem mais interessantes,mas ainda morro de sede.
Até no risco tem dor o coração,e o fim da alegria é a trsiteza.Essa viajem não parece uma roubada?e alguem ai sabe o que é a verdade? Já não tenho mas tempo para coisas futéis. Sem mais.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009


Nascemos, vivemos, morremos. Às vezes, não necessariamente nessa ordem. Colocamos as coisas para descansar apenas para ressuscitá-las de novo. Então se a morte não é o fim, no que ainda podemos contar?
Porque não dá para contar com nada na vida. Vida é a coisa mais frágil, instável e imprevisível que existe. Na verdade, só temos certeza de uma coisa na vida: não está acabado até que seja acabado.